14 de fev. de 2009

O Riso (que não foi de Monalisa)

O Riso

Ri
Porque a opinião dos opináveis me dizia pra chorar

Ri da cara dos postes
Que indiferente a toda escuridão iluminavam
Iluminavam como quem nasceu pra iluminar

Ri dos moços rindo das moças
E da santidade daquele olhar
Que lançado e não percebido
Foi se achar num canto a cismar consigo mesmo.

Ri de tudo!
Eu nada perdoei!
Ri daquele amor por que chorei
E ri porque rindo
Esqueço das lágrimas derramadas
Ri da certeza do incerto
Da laconia das palavras de saudade
Dos passos do cocho
Dos olhares do cego
Das palavras do mudo
Da alegria do infeliz

Ri de tudo e de nada
Das loiras e da morena
Do calvo indignado
Ri de tudo! Tudo! Tudo!
Eu nada perdoei!

E quando não tinha nada pra rir
Quando na cama aconcheguei minha cabeça vazia de hilaridades
Quando todas as pessoas do mundo dormiam, uníssono ronco
Eu ri
Do meu choro noturno irracional.

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