30 de dez. de 2008
Conselho Amoroso (2006)
Proposta
27 de dez. de 2008
Querida
Se puseres a aliança de latão
- que te dou
No teu dedo
Serás a mulher mais feliz do mundo
Se vestires a roupa de chita
- que te dou com carinho
Serás a mulher mais fashion do mundo
Se usares o sapato de pano
Que comprei na lojinha da esquina
Não sentirás mais frio em teus pés
Se puseres a aliança de ouro
- dezoito quilates
O vestido de seda
- de quinze mil dólares
O sapato de couro
- incalculável
Que ele te dá
Poderás ser a próxima testemunha da CPI.
Fernando Lago - 2006
25 de dez. de 2008
É Natal!!!!!!!!!!!!!!!!
Galera, desejo a todos os meus clientes e amigos... Nananananão! Isso é mensagem de empresa... E, afinal, eu não tenho clientes! Já chega dessa mania burguesa de transformar tudo em mercadoria!
Pintura
Pintura
Quando vi-te estavas sentada
O olhar fito no horizonte
E vista assim pensativa
Parecias uma obra de arte
Da Vinci ou algo melhor
(Já sei! O maior dos artistas!)
O contraste do ambiente
Em que tu tão bela estavas
Era incomensurável
O gramado era verde
O céu azul anil
Teu quase-rir davincciano
Envolvia com doçura
Indescritivelmente forte
Quem se aventurava a olhar
A grama, as árvores, a brisa
O céu azul e os pássaros
Tudo contribuía
Para a beleza do quadro
Porém o verde do gramado
Não era mais belo
Ou mesmo mais brilhante
Que o verde dos teus olhos
E nem se prestava à disputa
Pois se conhecia derrotado
A beleza da pintura
Centralizava-se em ti.
Quem me dera quem me dera!
Ter quadro tão precioso
Em minha indigna coleção
Poder-se-ia tirar a grama
Poder-se-ia tirar o céu
As árvores e a brisa
(Que teus cabelos são belos ainda sem balançar)
Dava-se-me apenas tu
E eu ficaria contente
Ou mesmo realizado
Até bem aventurado...
Fernando Lago Santos – 19 de Dezembro de 2008
19 de dez. de 2008
♪♪ Se meu violão não mente ♪♪
Se o meu violão não mente você vai estar aqui
Seu olhar tão envolvente a me iluminar
Se o meu violão não mente eu vou escutar
A melodia de tua voz
Falando muito sobre nós
Cantando os contra e os prós
Deste santo almejar
Mas meu violão nem sempre é tão sincero
Só espero que agora esteja sendo
Ele sabe, meu amor, que estou sofrendo
Sua ausência, essa demência, de amar-te tão distante
Mas meu violão sabe muito bem que eu quero
E me esmero sempre sempre prometendo
Que, se você não vem, me empreendo
Em essência nesta crença de buscar-te neste instante
Se o meu violão não mente
Quando aos meus dedos sente
Deslizar tuas finas cordas
A extrair solos loquazes
Sabe lá se são verazes
Sabe lá se me concordas
Ah, meu violão!
É um sujeito muito estranho!
Fernando Lago Santos – Dezembro de 2008
17 de dez. de 2008
E haja sapatos!
16 de dez. de 2008
Composta para Atividade de escola
Se Você Fosse música
Você ri e muda o mundo
Mudo eu fico
Penso a fundo
E afundo em seu sorriso
Seu olhar logo enlouquece
O meu olhar
Que agradece
A loucura de te amar
Seu andar que deixa louco
O caboclo
Que se atreve
A acompanhar seu caminhar
Sua boca de cereja
Que beleza
Bela, estela
Estrela d’alva a brilhar
Você é toda bonita
Deixa qualquer perna bamba
Moça de beleza infinita
Se você fosse música seria samba
Ritimada na batida
Abatida a batida
Se alegra quando passa
Sua graça me engraça
E me passa o calor de eterno amor
E meus olhos vão seguindo
E sambando com seu samba
Seu olhar me deixa bamba
O seu samba me assombra
Amoroso é seu jeito de assombrar
Santos, Fernando Lago. Poesias 2008
14 de dez. de 2008
Resenha da microssérie Capitu
Melhores Do mundo
10 de dez. de 2008
Retalhos: Um sábado à noite.
Santa Catarina - a ajuda vem de longe...
6 de dez. de 2008
Sem Título (caramba, acabei de fazer!)
Adaptção de Gabriela (trecho)
Peça apresentada para fins avaliativos de Língua Portuguesa do 3º Ano do Ensino Médio no auditório do Colem, em 03 de Dezembro de 2006 (Colem 6ª Geração). Aplaudida por professor e alunos.
Elenco:
Gabriela – Daniele da Costa
Nacib – Gleisson Ribeiro
Tonico Bastos – Murillo David
Mundinho Falcão – Fernando Lago
Coronel Aristóteles – Wrandreypson Moreira
Bico-Fino – Leandro Coelho
Coronel Ribeirinho – Isaque Ferreira
Fagundes – Antônio Alves
Dona Arminda – Wadla Aguilar
Figurantes do Bar: Fernando Lago e Wrandreypson Moreira
Roteiros e Adaptações: Fernando Lago Santos
Direção: Wrandreypson Moreira Santos e Fernando Lago Santos
CENA IV
(Cenário de bar. Estão Nacib e Tonico Bastos Conversando).
NACIB: Gabriela tem estado estrnha ultimamente. Não me procura mais, está fria...
TONICO: Talvez seja a vida de casada. Toda mulher muda, Nacib.
NACIB: Mas, sei lá! Ela diz que está cansada, parece que não me quer mais...
TONICO: Também! Ela trabalha igual a uma condenada!
NACIB: Porque quer! Já tentei pôr não sei quantas empregadas lá, mas nenhuma fica...
TONICO: Se preocupa não, árabe! (pausa) Sabe da nova?
NACIB: O quê?
TONICO: Parece que o peste do coronel Aristóteles escapou. Vaso ruim não quebra mesmo! Agora aquele traidor apunhala o meu pai e passa pro lado daquele forasteiro!
NACIB: Não me meto em política! O senhor e seu pai são meus amigos, Mundinho Falcão também; o coronel de Itabuna eu não conheço...
TONICO: É um traidor! Mas já que não gosta de política... Bom! Eu vou saindo, tenho que ir ao centro...
NACIB: Espere, eu vou à feira! Vamos juntos!
TONICO: Não! É que me lembrei agora! Tenho de passar no cartório pra ver uns registros. Fica pra próxima vez. (Tonico sai)
(Cena acrescentada durante os ensaios: enquanto Tonico e Mundinho conversam Bico-fino põe um dinheiro no bolso que recebe de dois figurantes que bebem no bar.)
NACIB: Bico-fino. (Bico-fino não o escuta) Bico-fino! Bico-Fino!
BICO-FINO: Oi!
NACIB: Parece surdo! Vou ali e volto logo! Cuida do bar, hein!
BICO-FINO: Sim, seu Nacib!
(Nacib sai Bico-Fino analisa terreno, pára de limpar a mesa – ou balcão – vai à porta, dá uma olhada, disfarça e começa a catar dinheiro do caixa. Nacib entra neste momento
NACIB: Esqueci o... (irritado) Ladrão! Sem vergonha! Agora eu sei por que o meu dinheiro anda pouco! (Começa a bater em Bico-fino)
BICO-FINO: Ladrão é você! Coloca água na cachaça pra enganar o freguês! Você é que é ladrão, árabe desgraçado!
NACIB: Cala a boca, moleque! (Bate mais em Bico-Fino)
BICO-FINO (Escapando) Vai bater em sua mãe, seu turco! Ou em sua mulher, aquela vadia!
NACIB: Cale-se ou vou bater pra valer!
BICO-FINO: Vem bater, seu corno! Vai cuidar de sua mulher! Não sente dor na cabeça com todos esses chifres?
NACIB (pega bico-fino pela gola da camisa): O que é que você tá dizendo?
BICO-FINO: Nada, é...
NACIB: Fala logo se não eu te arrebento!
BICO-FINO: Todo o mundo sabe... Ri da sua cara. Dona Gabriela se esprega com seu Tonico em sua casa todo dia quando ele sai daqui...
(Nacib sai pisando fundo. Bico-fino ainda acha tempo para ir ao caixa, catar um dinheiro e sair correndo do bar.)
CENA V
Acrescentado nos ensaios: Com a cortina fechada, ouve-se os gritos de Nacib, Gabriela e Tonico, este último repetindo: “Eu só estava dando uns conselhos!”. Abre-se as cortinas e Tonico surge de uma das portas, correndo estupefato, abotoando as calças. Dona Arminda vê e toma um susto. Logo após Tonico desaparecer pela porta do outro lado, aparece Nacib agredindo Gabriela. Dona Arminda acolhe a moça gritando:
DONA ARMINDA: Chega, seu Nacib, chega! Basta (Pega Gabriela pela mão) Deixe-me te ajudar... (Saem pela mesma porta que saiu Tonico e Nacib fica sozinho, chorando e xingando, num monólogo revoltado).
CENA VI
Cenário com uma mesa e algumas cadeiras. Conversam Tonico Bastos (em pé, Coronel Ribeirinho e Mundinho Falcão.
TONICO: (Concluindo uma fala)... Eu pensei que o árabe ia me furar com aqueles chifrões...
RIBEIRINHO (levantando-se com fúria) Mais respeito, rapaz! Você está falando de um amigo da comunidade! Você teve muita sorte pra ele não ter te matado!
TONICO: Aquilo mata nada. Já passou não sei quantos meses e ele nem olha pra mim...
MUNDINHO (rindo): É boa! Você enfeita a cabeça do cabra ainda quer que ele te trate com cortesia!
TONICO (abanando a cabeça): Diz que já vive com ela de novo... Isso lá é papel de homem?
RIBEIRINHO: Ele só a contratou como cozinheira! Isso não quer dizer que...
TONICO (interrompendo): Que nada! Quando há a mesa há a cama também!
Tonico se retira porque percebe a chegada de Nacib, que entra com um jornal na mão.
NACIB: Andam se metendo com esse aí agora?
MUNDINHO: É a política, Nacib, é assim que funciona. Um dia você é amigo, noutro inimigo. Depois que o Coronel Ramiro Bastos morreu a única solução para os Bastos foi se unir a nós. Não veio em má hora...
NACIB (Abrindo o Jornal): Vejam isso: “O coronel Jesuíno Mendonça, que assassinou sua esposa infiel, foi julgado e condenado ontem. (fitando os amigos) Podia ser eu...
Gabriela entra eufórica, interrompendo a conversa dos senhores
GABRIELA: Tá lá na barra! O navio. Grandão! Cheio de gringo louro! Chegou! Parece uma casa de grande que é!
Mundinho e Ribeirinho saem eufóricos. Nacib e Gabriela ficam sós. Se olham com estranhamento e, enfim, Nacib se aproxima.
NACIB (tirando do bolso uma pulseira ou outro tipo de presente): Vi numa lojinha e... Bom, achei que... É pra você.
GABRIELA (carinhosa, encostando-se-lhe ao peito): Precisava não, moço bonito...
Fecham-se as cortinas
FIM