Peça apresentada para fins avaliativos de Língua Portuguesa do 3º Ano do Ensino Médio no auditório do Colem, em 03 de Dezembro de 2006 (Colem 6ª Geração). Aplaudida por professor e alunos.
Elenco:
Gabriela – Daniele da Costa
Nacib – Gleisson Ribeiro
Tonico Bastos – Murillo David
Mundinho Falcão – Fernando Lago
Coronel Aristóteles – Wrandreypson Moreira
Bico-Fino – Leandro Coelho
Coronel Ribeirinho – Isaque Ferreira
Fagundes – Antônio Alves
Dona Arminda – Wadla Aguilar
Figurantes do Bar: Fernando Lago e Wrandreypson Moreira
Roteiros e Adaptações: Fernando Lago Santos
Direção: Wrandreypson Moreira Santos e Fernando Lago Santos
CENA IV
(Cenário de bar. Estão Nacib e Tonico Bastos Conversando).
NACIB: Gabriela tem estado estrnha ultimamente. Não me procura mais, está fria...
TONICO: Talvez seja a vida de casada. Toda mulher muda, Nacib.
NACIB: Mas, sei lá! Ela diz que está cansada, parece que não me quer mais...
TONICO: Também! Ela trabalha igual a uma condenada!
NACIB: Porque quer! Já tentei pôr não sei quantas empregadas lá, mas nenhuma fica...
TONICO: Se preocupa não, árabe! (pausa) Sabe da nova?
NACIB: O quê?
TONICO: Parece que o peste do coronel Aristóteles escapou. Vaso ruim não quebra mesmo! Agora aquele traidor apunhala o meu pai e passa pro lado daquele forasteiro!
NACIB: Não me meto em política! O senhor e seu pai são meus amigos, Mundinho Falcão também; o coronel de Itabuna eu não conheço...
TONICO: É um traidor! Mas já que não gosta de política... Bom! Eu vou saindo, tenho que ir ao centro...
NACIB: Espere, eu vou à feira! Vamos juntos!
TONICO: Não! É que me lembrei agora! Tenho de passar no cartório pra ver uns registros. Fica pra próxima vez. (Tonico sai)
(Cena acrescentada durante os ensaios: enquanto Tonico e Mundinho conversam Bico-fino põe um dinheiro no bolso que recebe de dois figurantes que bebem no bar.)
NACIB: Bico-fino. (Bico-fino não o escuta) Bico-fino! Bico-Fino!
BICO-FINO: Oi!
NACIB: Parece surdo! Vou ali e volto logo! Cuida do bar, hein!
BICO-FINO: Sim, seu Nacib!
(Nacib sai Bico-Fino analisa terreno, pára de limpar a mesa – ou balcão – vai à porta, dá uma olhada, disfarça e começa a catar dinheiro do caixa. Nacib entra neste momento
NACIB: Esqueci o... (irritado) Ladrão! Sem vergonha! Agora eu sei por que o meu dinheiro anda pouco! (Começa a bater em Bico-fino)
BICO-FINO: Ladrão é você! Coloca água na cachaça pra enganar o freguês! Você é que é ladrão, árabe desgraçado!
NACIB: Cala a boca, moleque! (Bate mais em Bico-Fino)
BICO-FINO (Escapando) Vai bater em sua mãe, seu turco! Ou em sua mulher, aquela vadia!
NACIB: Cale-se ou vou bater pra valer!
BICO-FINO: Vem bater, seu corno! Vai cuidar de sua mulher! Não sente dor na cabeça com todos esses chifres?
NACIB (pega bico-fino pela gola da camisa): O que é que você tá dizendo?
BICO-FINO: Nada, é...
NACIB: Fala logo se não eu te arrebento!
BICO-FINO: Todo o mundo sabe... Ri da sua cara. Dona Gabriela se esprega com seu Tonico em sua casa todo dia quando ele sai daqui...
(Nacib sai pisando fundo. Bico-fino ainda acha tempo para ir ao caixa, catar um dinheiro e sair correndo do bar.)
CENA V
Acrescentado nos ensaios: Com a cortina fechada, ouve-se os gritos de Nacib, Gabriela e Tonico, este último repetindo: “Eu só estava dando uns conselhos!”. Abre-se as cortinas e Tonico surge de uma das portas, correndo estupefato, abotoando as calças. Dona Arminda vê e toma um susto. Logo após Tonico desaparecer pela porta do outro lado, aparece Nacib agredindo Gabriela. Dona Arminda acolhe a moça gritando:
DONA ARMINDA: Chega, seu Nacib, chega! Basta (Pega Gabriela pela mão) Deixe-me te ajudar... (Saem pela mesma porta que saiu Tonico e Nacib fica sozinho, chorando e xingando, num monólogo revoltado).
CENA VI
Cenário com uma mesa e algumas cadeiras. Conversam Tonico Bastos (em pé, Coronel Ribeirinho e Mundinho Falcão.
TONICO: (Concluindo uma fala)... Eu pensei que o árabe ia me furar com aqueles chifrões...
RIBEIRINHO (levantando-se com fúria) Mais respeito, rapaz! Você está falando de um amigo da comunidade! Você teve muita sorte pra ele não ter te matado!
TONICO: Aquilo mata nada. Já passou não sei quantos meses e ele nem olha pra mim...
MUNDINHO (rindo): É boa! Você enfeita a cabeça do cabra ainda quer que ele te trate com cortesia!
TONICO (abanando a cabeça): Diz que já vive com ela de novo... Isso lá é papel de homem?
RIBEIRINHO: Ele só a contratou como cozinheira! Isso não quer dizer que...
TONICO (interrompendo): Que nada! Quando há a mesa há a cama também!
Tonico se retira porque percebe a chegada de Nacib, que entra com um jornal na mão.
NACIB: Andam se metendo com esse aí agora?
MUNDINHO: É a política, Nacib, é assim que funciona. Um dia você é amigo, noutro inimigo. Depois que o Coronel Ramiro Bastos morreu a única solução para os Bastos foi se unir a nós. Não veio em má hora...
NACIB (Abrindo o Jornal): Vejam isso: “O coronel Jesuíno Mendonça, que assassinou sua esposa infiel, foi julgado e condenado ontem. (fitando os amigos) Podia ser eu...
Gabriela entra eufórica, interrompendo a conversa dos senhores
GABRIELA: Tá lá na barra! O navio. Grandão! Cheio de gringo louro! Chegou! Parece uma casa de grande que é!
Mundinho e Ribeirinho saem eufóricos. Nacib e Gabriela ficam sós. Se olham com estranhamento e, enfim, Nacib se aproxima.
NACIB (tirando do bolso uma pulseira ou outro tipo de presente): Vi numa lojinha e... Bom, achei que... É pra você.
GABRIELA (carinhosa, encostando-se-lhe ao peito): Precisava não, moço bonito...
Fecham-se as cortinas
FIM
E ae cara
ResponderExcluirtempos de escola... que saudade einh!!! Essa peça foi uma das maiores conquistas da minha carreira escolar, um sucesso, de mais
Wrandreypson