27 de nov. de 2008

Alain Caron



Referindo-me há já alguns dias a Alain Caron, baixista canadense, disse algo sobre ele ser o troncho da vez. Pra quem não sabe troncho na língua musico-regional daqui de Teixeira é no "Dicionário Aurélio para Músicos de Teixeira de Freitas" músico que toca muito. Para comprovar minha afirmação (é claro que é sucetível de falha opinativa ou, como dizem por aí, gosto não se discute) ponho aqui dois vídeos do tal troncho. Enjoy!


26 de nov. de 2008

QUEM SOU EU

QUEM SOU EU

Sou escritor, Mas nada publico
Com o que escrevo guardado fico
Compositor, mas isso nem tanto
O que componho só eu quem canto

Eu não sou nada, não sou ninguém
Se me engano, então sou quem?
Mas eu não ligo, eu vou andando
Sou só na vida mais um Fernando

    2005

CONFUSO POEMA COMPOSTO COMO UMA ÉGUA IBÉRICA (OU COMO O ANDAR DOS ÉBRIOS) ou

CONFUSO POEMA COMPOSTO COMO UMA ÉGUA IBÉRICA (OU COMO O ANDAR DOS ÉBRIOS) ou

CANTO LÍRICO DE BOA NOITE

Boa noite, eu te digo.
E me dizes: Boa noite

Caminho pelas ruas
imaginando
O que me dirias
Se me considerasses
Mais que um mero aprendiz
E te vejo rindo
Familiarmente
E tocando-me a mão
E tocando-me o rosto
E tocando-me os lábios
(com teus lábios)

Ai!
Que desespero
Amar a um diferente
Que me é indiferente
Que desespero é querer
um amor que não me compete
E que me é competido
Por alguém
Que vale muito mais que eu.

Boa noite, eu te digo.
E tu não me dizes nada
Nem ouviste-me sequer...

 

Fernando Lago Santos

23 de Dezembro de 2006

25 de nov. de 2008

Resumo do artigo publicado nos anais do II Encontro de Educação, Marxismo e Emancipação Humana - Território de Irecê


Os dilemas da interdisciplinaridade e os desafios do Trabalho Interdisciplinar no Curso de Pedagogia: reflexões iniciais[1].

                                                                                 Fernando Lago Santos[2]

                                                                                                nandescritor@hotmail.com

                                                      RESUMO

O estudo teve como objetivo refletir as práticas interdisciplinares que vêm sendo vivenciadas no Curso de Pedagogia, especialmente nos dois primeiros semestres. Problematiza as contradições da sociedade capitalista e as exigências curriculares demandando práticas interdisciplinares. Questiona até que ponto essas práticas interdisciplinares buscam a superação da fragmentação do conhecimento na sua essência  ou apenas atendem às demandas de formação do trabalhador flexível necessário ao novo modelo de produção capitalista. A teoria do conhecimento norteadora do trabalho foi o materialismo histórico-dialético, adotando como referências teóricas básicas para o estudo da interdisciplinaridade os autores BIANCHETTI; JANTSCH (2003) e BRINHOSA (2003). O estudo foi de cunho teórico- prático, o qual se analisou as práticas vivenciadas iluminados pelos referenciais teóricos acima citados.   Os resultados indicam que as práticas até então vivenciadas se aproximam de uma concepção idealista, visto que, o que se tem na verdade é buscado a solução para a fragmentação do conhecimento por meio da abordagem que não  tem avançado  para  além do conceito como  metodologia, e ainda tem se rendido à salvaguarda nos moldes capitalistas. Desse modo, conclui-se que a interdisciplinaridade numa perspectiva critítico-emancipatória, só é possível pelo materialismo histórico-dialético, pois esta teoria possibilita a necessidade de uma análise interdisciplinar para além dos conteúdos e metodologia escolares, sobretudo, para além  da  organização escolar, ou seja, para  toda  a sociedade.

 

Palavras chave: Interdisciplinaridade, práxis pedagógica, pedagogia, currículo.



[1]Trabalho realizado no componente curricular Trabalho Interdisciplinar do Eixo III sob a orientação da professora Maria Nalva Rodrigues de Araújo.

[2] Graduando do III semestre em  Pedagogia do Departamento de Educação Campus X - DEDC- X    da Universidade do Estado da Bahia-UNEB.

Trecho Inicial do texto 

(Corrigido pela Profª Drª Maria Nalva Rodrigues de Araújo e Profª Msc. Luzeni Carvalho - Uneb - campus X.)

Este trabalho é o resultado dos debates, interrogações, problematizações realizados no componente curricular Trabalho Interdisciplinar do Eixo III do Curso de Pedagogia no Departamento de Educação/Campus X da UNEB, localizado em Teixeira de Freitas. O mesmo teve como objetivo refletir os desafios de um trabalho interdisciplinar no contexto da sociedade capitalista, sociedade essa, de contradições permanentes. 

 A discussão do complexo interdisciplinar é uma constante no âmbito educacional, sobretudo nos cursos de formação para professores. A abordagem da interdisciplinaridade tem sido uma exigência dos cursos acadêmicos, nas escolas de ensino fundamental e médio como uma proposta supostamente redentora para a educação, que se encontra problemática devido à fragmentação dos conteúdos, estes separados em matérias ou disciplinas. Objetiva-se com o presente texto refletir e relacionar as concepções teóricas, a partir de dois artigos concernentes ao tema, com a experiência, por nós vivida através da disciplina Trabalho Interdisciplinar do Eixo I e II (cursadas no primeiro e segundo semestre respectivamente), componente curricular do curso de Pedagogia que busca inter-relacionar os assuntos acadêmicos do semestre em curso entre si.

17 de nov. de 2008

Música - arte inerente II (eu prometi, né)

Música é Vida!


Devo a vocês (promessa é dívida) uma continuação da memória transcrita a este humilde blog há poucos dias. É que eu contei-vos a minha imbecil história de como aprendi a violar tocão, digo, a tocar violão! Disse-vos que contaria em breve minha história com o contra-baixo.
Ao contrário de alguns grandes baixistas e de alguns não tão grandes assim, eu não escolhi o baixo. Alguns dizem: "eu via o Pixinga e resolvi tocar também!" Ou: "eu vi o Jack Bruce tocando e me apaixonei pelo instrumento' (pega até mal); ou ainda: "Mano o Flea toca demais e eu queria tocar igual a ele, por isso escolhi o baixo..." Eu não escolhi o baixo. E posso disser poeticamente, sem correr o risco de ser piegas que o baixo é que me escolheu, como acontece com um bocado de baixistas por aí.

O que aconteceu foi o seguinte. Tendo eu já aprendido a manejar o violão e a tirar um som mais ou menos dele (menos pra mais do que pra menos), alguns equivocados acharam que, por ser irmão de um baixista, eu sabia tocar baixo também. Eu tinha vergonha de dizer que não sabia nem que notas o baixo tinha. Um belo dia eu quase entrei numa fria. Tinha um baixo sobrando na igreja e o pessoal falou me apontando: bota esse menino aí pra tocar. Ele é irmão do baixista da São Francisco... Fugi. esquivei-me da maneira que pude; e o povo insistindo, porque achavam que era modéstia minha. Consegui escapar desta.

Mas foi a partir dessa situação que eu pensei: não é possível eu não saber nem uma notazinha de contrabaixo! E acabei descobrindo - por boca do próprio cabra que insistia em pensar que eu sabia tocar baixo - que as cordas do baixo nada mais eram que as quatro primeiras cordas do violão, com uma oitava abaixo. E me explicou o que era obvio: a primeira nota que se fazia no braço do violão, que era a tônica (perdoe ser tão tecnico), equivalia àquela nota no baixo... Creio que não me entenderam, porque sou péssimo em explicar essas coisas tecnicas. O importante é saber que eu descobri como se fazia uma nota no baixo, e que aprendi a identificar o seu som numa batida musical. Logo comecei a treinar tocando as músicas que eu tinha gravadas em casa (em K7, acredite se quiser), tirando de ouvido o baixo e executando nas três primeira cordas do violão. A que eu mais gostava era "Como és lindo" de Vida Reluz (Walmir Alencar): "Te olhar, te tocar e te dizer meu Deus como és lindo..." Eu achava harmonioso e ao mesmo tempo cheio de estilo.

Um dia, estando eu no grupo de oração Raio de Luz (saudades daquele tempo!) ouvi falar sobre o retiro do Musfec e dei um jeito de ir. Foi nesse retiro que a história toda começou: a minha como músico e a do Minstério Gabriel, que aconteceram concomitantemente. Foi neste inesquecível retiro de 2002 que eu conheci Isaque e Paulo André, dois meninos da comunidade São Lourenço, que até então eu nem sabia existir. Ficamos Paulo André, eu, Júnior - um grande amigo que hoje é seminarista - Bruno, Wanglis, entre outros santos no mesmo quarto. O retiro foi no centro diocesano e os quartos eram cômodos, com quatro beliches cada um, se minha memória não me engana.

Travei amizade com Paulo André, que ficava sempre junto com a minha turma por conta do quarto; e com Isaque, que também ficava junto por conta de Paulo André. É comum trocarmos convites de visitas aos nossos respectivos grupos de oração. Convidei-os ao Raio de Luz, que era o meu grupo na época; e eles me convidaram ao Mensageiro Gabriel, que é o grupo da comunidade são Lourenço, que como disse eu nunca tinha ouvido falar.

Neste retiro estava também Erivelton, que eu conhecia apenas por ser irmão de Tom, que tocava junto com meu irmão na São Francisco. Esses anacronismos são o melhor da história! Mesmo não conhecendo Erivelton direito, combinei de ir com ele ao grupo de oração "um dia desses". Quando chegou o "um dia desses" eu fui à sua casa e fomos ao tal grupo. Minha mãe, coitada, ficava com o coração na mão porque só ouvia más histórias sobre este bairro.

Numa certa segunda feira - o nosso grupo é às segundas feiras - Erivelton foi passar em minha casa para irmos ao grupo e me flagrou tocando "Como és lindo" nas cordas de cima do violão. Disse: Ah, você toca é baixo! Vamos lá! Vamos à igreja que você vai tocar baixo, profetizou.

Uma semana depois eu era chamado pra tocar baixo no grupo de oração, porque o baixista iria faltar. Fui. Foi a primeira vez que peguei em um baixo. Um desastre, pra quem entendia da coisa: dedos entrevados, batidas fora do tempo, ritmos sem noção... Desastre total! Mas como sou um ser humano teimoso, voltei na outra semana, e na outra e em todas as semanas em que Demir, o baixista oficial, faltava. Quando Demir saiu definitivamente eu me tornei oficial. Já então tocava um pouquinho melhor.





Eu com o Juninho - como Aline e Silvia (da então equipe de apoio do Min. Gabriel) apelidaram o baixo do Mensageiro Gabriel, o primeiro com que toquei na vida! - e Erivelton, grande amigo e irmão de ministério.



O processo foi longo. Digo, está sendo longo, pois ainda não acabou... Continuo aprendendo a cada dia. Sou um ser inacabado e, como já diz Erivelton, sem nem conhecer Socrates: cada vez que aprendo mais descubro que não sei de nada. Eu ainda busco crescer no contrabaixo. Minha grande dificuldade desde 2003 até hoje é não ter o instrumento em casa... E é isso que admira a alguns músicos que me conhecem. Sei pouco, mas o pouco que sei o sei sem "malhar" em casa, sem ficar horas na frente de um video tentando tirar os slaps do "troncho" da vez (o troncho da vez agora é Alain Caron). Mas eu espero crescer a cada dia mais. A vida não pára. Eu também não posso parar. Não posso e não quero. Viva a dialética!



Ministério Gabriel, formeção antiga: Jandierre, Eu, Erivelton, Patrécio e Paulo André; hoje contamos também com Poliana e Aninha no back vocal.

16 de nov. de 2008

Musica - arte inerente

Quem me lê neste ineficiente mas bem intecionado blog deve pensar que vivo a vida a escrever lorotas desta feitoria. A escrita não é minha única paixão, meus caros, sabem disso aqueles que me conhecem. No entanto, eu tenho dado pouca atenção a essa minha outra paixão, principalmente neste blog. Paixão esta que merecia de tudo, uma vez que é mais que uma paixão; é algo que faz parte da minha escência, que está inerente em meu ser. Apesar de eu viver às voltas com uma desilusão sentimental não é de mulher que estou falando. Além de ser um ser essencialmente romântico, como tenho dito por aí, sou um ser essencialmente musical e jamais poderei me desfazer deste dom, até porque eu jamais quereria.

O mais engraçado em minha história com a música é que eu não sonhava em ser músico quando criança. Ao contrário dos músicos mais consagrados eu não chorava musicalmente, não batia panelas com maestria e nem vivia correndo atrás de violão quando moloeque. Joguei bola, corri pega-pega, esconde-esconde, cabra-cega, tudo muito normal. não viajava quando via meu pai com o violão ou meu irmão com o baixo; não que eu me lembre. Cantava no banheiro. Era, talvez, a única coisa que me aproximava da música antes de vir para Teixeira de Freitas.


Quando mudei pra Teixeira descobri que meu irmão era mais que um rapaz que arranhava violão em casa. Era baixista na missa da São Francisco e tocava mais do que eu imaginava, e do que minha concepção de música podia alcançar. Via ele tocando violão e ficava intrigado. Há algun tempo atrás ele escrevera pra mim todas os acordes mais simples de violão e eu comprometi-me em aprender. Meu interesse foi tanto que eu perdi todos os acordes que ele me arrumara. Por que eu não sabia tocar violão?

Foi num dia útil. Meu irmão estava trabalhando e eu estava em casa assistindo um programa infantil da Angélica (eu gostava disso!). Fui ao seu quarto e encarei o violão. Parecia que ele me encarava também. Sentei na cama e tentei fazer uma das poucas notas que conseguiram me ensinar. O som não saiu muito bom, por isso desisti e voltei ao programa da Angélica. Entrou os comerciais e eu de novo encarei o violão, e ele respondeu da mesma forma que antes. Sentei novamente na cama e peguei o violão da maneira que sabia, desta vez recorrendo a uma revistinha daquelas que se vende nas bancas e que vem explicando o acorde no fim de cada música. Acreditem se quiser, foi ela que me ensinou a primeira música: "Eu vou com tudo, hoje eu não fico de fora se a saldade apertar eu chego o reio e meto a espora." Muito criticam minha pouca memória, mas eu lembro como se fosse hoje: a música começava com RÉ virava RÉ com Sétima e ia pra SOL. Consegui tirar o som da primeira estrofe e cansei. Voltei ao programa da Angélica.
Mais comerciais. Resolvi voltar e tocar as notas que aprendera. Tentei, tentei até que saiu. Transcendi da estrofe ao refrão e comecei a pertubar os ouvidos dos circunstantes, com voz de taquara rachada e notas abafadas, sem a menor noção de tempo musical. Anunciei no mesmo dia a todos que tinha aprendido a tocar. Riram da minha cara, obviamente, salvo algumas exceções. Dali pra frente não houve mais silêncio na casa e eu não sabia fazer outra coisa mais...
Ninguém - nem eu mesmo - acreditava que aquilo tinha algum futuro. Eu tocava como quem ama: apenas por tocar. "Te amo por que te amo", como diz o poeta de Itabira. Eu tocava porque tocava, não esperava nada em troca da música, com quem ama uma musa sem esperar nada em troca dela. Só a contemplação basta. Não demorei a me apaixonar perdidamente pela música. Logo eu tecia os mais incríveis sonhos, sem a menor esperança, é claro, de realizá-los; mas sonhava apenas. Sonhava. Por isso costumo dizer que a música é equivalente à minha amada. Amo sem pedir nada em troca. Mesmo que um dia eu fique incapacitado de tocar ou cantar, a música vai continuar a acontecer em minha cabeça e, principalmente, em meu coração.



Fernando Lago Santos - Baixista do Ministério Gabriel





Outro dia eu conto como eu acabei me tornando baixista, uma história ainda mais absurda...



13 de nov. de 2008

Poesia à amiga de minha amiga


Que me resta se não esqueço?
Que me resta se me lembro
Só de pensar em esquecer
Desespero e enlouqueço

Não dá!
Não dá!
Não seja tão imbecil!
Desculpe a sinceridade...

Você, moça séria
Já deveria saber
Que um amor como o de tua amiga
Não se esquece facilmente

E te digo sinceramente
Que nem sei o que fazer
Talvez seguir o teu conselho,
Amiga de minha amiga
E de minha outra amiga
Que, tu sabes, me merece
Mas tu já me conheces
e sabe que não dá

Não dá!
Não dá!
Não seja tão imbecil
Perdoa a franqueza
Não dá!

Saiba que o amor de sua amiga foi incrivelmente contraditório
Incrivelmente inintendível
Injusto em sua justiça controversa...
Não foi justo, porém não foi vão.

Só seria justo se não deixasse marcas
Só seria vão se não deixasse marcas
Não seria nada sem as marcas...

Foi tudo.
E só o foi porque deixou marcas
Dolorosas e doces marcas...

Fernando Lago Santos - Novembro de 2008

10 de nov. de 2008

MEDO


Eu não tenho medo de Sadan ou Pinochet
Que venha o Osama
Aqui vai comer lama
Porque eu sou brasileiro e vou ter medo por quê?
Eu não tenho medo de assalto a avião
Seja ele a mão armada
seja ele a pura mão
Eu não temo terremoto
Muito menos furacão
Porque eu sou brasileiro, vou temer o que, então!
Eu só tenho medo mesmo de político safado
E estou bem alarmado com tanta corrupção
eu só vejo o meu dinheiro indo embora o tempo inteiro
E entrando na maleta do famoso mensalão
Mas ah!
de que adianta sem medo eu viver
Se sem medo é pior
Se sem medo e sem ver
O meu mundo vai embora no bolso do Zé povinho
Mas ah! Viver assim pra quê.
Prefiro me mandar
E com coragem enfrentar
O Sadan e o Pinochet
Copyright By: Fernando Lago Santos. (Tody)
2006

Poesia de 2006 - sem título

Ama-me como se fosse o primeiro dia que nos vemos
Não como se fosse o último
A vida é mais animada
Se cada dia for o primeiro
A vida é maravilhosa
Se desenhada a cada dia
E se a cada dia
Nos derem uma folha em branco

Não fique a chorar
Imaginando que não mais nos veremos
A esperança é a última que morre
E ainda não morreu
E ainda não morremos

Sejamos perpétuos enquanto vivemos,
Porque quando morrermos não seremos mais perpétuos.
Sejamos felizes para sempre hoje
E amanhã recomecemos pelo era uma vez.

Não percamos tempo chorando
especulando o mal
Ganhemos tempo sorrindo
especulando o bem

Vivamos a cada dia
Como se fosse o primeiro.

(Fernando Lago Santos - 01 de Novembro de 2006)

6 de nov. de 2008

Clássicos do 100 Ofensas 100 Vergonha

Como aqueles que me acompanham já sabem, o 100 Ofensas 100 Vergonha foi o meu primeiro blog, baseado em uma sessão do meu caderno em que eu satirizava as situações reais com frases alfinetadas... Minha visão crítico-política caiu muito de atividade a partir do segundo semestre de 2007; não sei que explicações se dariam para este acontecimento, mas o fato é que o 100 ofensas praticamente saiu de atividades. Uma vez que tenha gostado muito do trabalho feito anteriormente, transponho aqui algumas frases antigas, contidas neste quadro.

Julho de 2007 - Época do Pan

  • Ouço vaias... O Lula está por perto?
  • A voz do povo é a voz de Deus. Naquele tempo, deus disse a Lula: Uuuuuuuuh!
  • PAN em Brasília. Categorias: arremesso de maletas; corrida de "Pega-ladrão"; natação em dinheiro de verba pública; enchimento de cueca (com dinheiro, claro);hipismo com gado superfaturado; corrida de lobby; 100 milhões sem barreira; arremesso de pizza; e outras coisas do tipo...
  • No levantamento de peso, quem faz a cara mais feia ganha.
  • No basebol, quem cospe mais denso leva o ouro.
  • Já diz o ditado, quem com porcos se mistura joga basebol.
  • O basebol podia ser o esporte favorito dos brasileiros, já imaginou quão divertidas seriam as brigas de torcida?
  • O clima de Pan está mesmo mexendo com os brasileiros; até a Anac ganhou medalha...
  • Brasil, terra de tanta cruz...
  • Todos os seres humanos são iguais perante a lei, é claro que os senadores não são humanos, eles têm foro privilegiado...
  • Já tem gente dizendo por aí: " Minino, você viu a filha de fulana? Quebrou o decoro! Parecia uma moça tão direita...
  • Como os records, o decoro parlamentar é feito pra ser quebrado
  • Ai, ai, carrapato não tem pai, nem lobista pra pagar pensão...
  • Já tem cara chegando pra minina e dizendo: E aí, vamo fazer um lobby?
  • Dizia minha avó, quem não tem cão caça com o do lobista...
  • Por que falar tão mal do Brasil, um país organizado, onde todas as funções são bem divididas: O magnata rouba, a imprensa denuncia, a PF investiga (com uma daquelas operações de nomes criativos) e prende o indivíduo, e o juiz solta... Pra que mais organização num país?
  • A máquina administrativa do Brasil está quebrada e não tem mecânico...
  • A economia do Brasil não economiza nada
  • O pessoal da aviação do Brasil anda cada vez mais aéreo...
  • É uma pergunta que todo mundo devia fazer antes de entrar num avião: E se a ponte aérea quebrar?
  • Ainda não entendo, o brasil vai crescer pra cima ou pro lado?

Clássicos - Os primeiros motes

  • Se o Brasil mudou não levou bagagem.
  • Se o Brasil mudar, vamos parar no Paraguai.
  • Maior que a rivalidade entre Brasil e Argentina é a rivalidade entre Brasil e Paraguai na Foz do Iguassu (será que é assim mesmo que se escreve?).
  • Política é sempre igual. Maravilha pros governantes, uma porcaria para a oposição e o mesmo de sempre para o povo.
  • Quando é que o Brasil vai declarar a independência?
  • A independência é igual a filme de cinema em cidade do interior. D. Pedro fez o Independência e até hoje esperamos entrar em cartaz.
  • Xadrez é um jogo de estratégia. Mas ninguém gosta de ficar no xadrez. (essa é boa!)
  • A vida é um jogo onde a gente nunca ganha.

Agosto de 2006 - Após copa do mundo

  • O Brasil perdeu. E continua perdendo.
  • A França venceu o Brasil numa jogada sincronizada em que o Henry levantou o braço e deixou Roberto Carlos meio lezo.
  • A culpa foi do Roberto Carlos. É isso que dá ficar compondo no Campo. São tantas emoções!
  • A seleção (é com c ou com s?) tinha de fazer igual à frança: o negócio é apertar a marcação e o resto, Zidane!
  • Eu também entrei pra turma do zidane. Zidane o Ronaldinho, zidane o Ronaldo, Zidane o Cafú (com todo respeito - temos que respeitar a Terceira idade) Zidane o Parreira e assim sucessivamente, mas se quiserem esquecer o sucessivamente e zidanar tudo junto eu não ligo - É até melhor.
  • A seleção de Portugal perdeu por jogar muito na frente. Também, com um gaúcho no comando...
  • Portugal não chegou á final porque faltou um intérprete pro Felipão.
  • Na proxima copa eu vou torcer pro Tabajara
  • Nessa copa os brasileiros jogaram muito... Jogaram muito dinheiro fora comprando bandeirinhas, buzininhas, cornetinhas... (ô barulhinho infernal!)
  • A copa acaba e a tristeza de não poder mais matar o trabalho.
  • Na copa vale tudo. Até chingar a irmã dos outros pra receber uma chifrada.
  • Acho que o italiano chamou o Zidane de corno, porque ele armou logo os chifres...
  • Leitura labial. Veja o que o Matarazzi (esse cara é da máfia!) disse pro zidane: "Nostro sovacco ê mui mai fedorento que tuo!" Zidane não aguentou tal inverdade: "Nom ser Verrô" disse em italiano com sotaque francês.
  • O goleiro mais famoso nesta copa foi o da Costa Rica. Aonde eu ando na rua eu vejo gritar o nome desse cara. Se alguém tropeça numa pedra grita: Porras! se perde um jogo grita Porras! o cara é POP!
  • Sexta feira. Todos estão reunidos na sala. Não se escuta um pio na casa. Final de copa? Que nada! É o último capítulo da novela das oito!
  • É incrível como o brasileiro é tão besta a ponto de se deixar viciar por uma novela. E fica todo mundo feito um Zumbi na frente da Tv, todos os dias´`as nove horas. Exatamente agora. Agora? peraí eu estou perdendo? Não acredito!
  • Eu não sou viciado! só assisto pra analisar!
  • A terra santa não é mais tão santa.
  • Pra tirar Israel do seu pé o Líbano vai ter que resbolá (essa foi boa! Admita! você riu, não riu?)
  • Se você sente um vazio em sua vida, como se faltasse algo. Case-se com uma cozinheira.
  • Os homens se cazam com as moças para fazê-las mulheres. Mas, sabem como é que é. Hoje em dia o mundo evoluiu e as coisas já Vêm pronta de fábrica.

5 de nov. de 2008

Poeminha mixurica feito para o "Quem sou eu" do Orkut

Esse texto foi escrito numa época medonha (ainda não ultrapassada) unicamente para compor o quadro "Quem sou eu" do Orkut. Uma tentativa frustada de fazer alguma coisa que não deu certo e que não quero comentar agora. Não fez muito sucesso nos "cucute", como minha mãe chama esse site. Mas não custa nada registrar neste blog, que é menos seletivo e aceita qualquer besteira que eu coloque...

Cansei da repressão
Vivia sob constantes maus tratos
Da ditadura da Timidolândia.

Segurei na calda de um cometa
E na mão de uma moça que eu achei que merecesse
E juntos caminhamos
Pra fora desta pátria.

E fugimos dos soldados
E fizemos passeata
E cantamos hinos lindos

Me exilei do país dos tímidos
Mas a democracia do mundo real é ainda mais cruel do que a doce ilusão de amar.

Fernando Lago - 23/10/2008

3 de nov. de 2008

Pátria Amada - projeto

Estes textos eram, na verdade, um projeto de quadrinhos, culpa de uma professora de artes que, numa época em que eu estava totalmente inconformado com a palhçada do mensalão e etc, me pediu pra fazer uma história em quadrinhos e eu meti o pau na política nacional. Atualmente eu ando muito bonzinho literariamente para com os nossos caríssimos políticos; culpa da escassez de tempo e da falta de jornais. mas eu hei de voltar. Bom, o leitor diz, se é história em quadrinhos supõe-se que deveria ter desenho, nem que fosse apenas um rabisquinho qualquer. Sou péssimo com desenhos, por isso vou publicar apenas os textos, por que os rabiscos são rabiscos mesmo e fazem vergonha mostrar. Talvez eu invente alguma história com desenho fácil, que eu consiga desenhar. Só não pode ser cobra, que essa idéia já é do veríssimo, que como eu não sabia desenhar nada. Sem mais delongas, aí vão alguns textos de 2006, contidos no tal trabalho que me deu essa sublime, mas idiotíssima idéia.

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(Deputados em reunião fechada)
- Como, vêem, meus caros, se pontecializarmos as nossas forças e maximizarmos a nossa economia, teremos um superávit positivo independentemente de as análises mostrarem um quadro infavorável para nosso capital especulativo.
- E que quer dizer isso, deputado?
- Sei lá! Vi isso numa revista. Mas se dissermos isso na coletiva o povo se sentirá satisfeito.

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(Deputado e acessor)
- Os jornais dizem que foi encontrada uma bolada em sua conta no Banco Nacional, deputado.
- Calúnia, difamação! Intriga da oposição! Ninguém jamais vai achar um centavo sujo em qualquer conta nacional minha!
- Claro! O senhor é um homem pobro, honesto! Digno...
- Não é que toda a parte ilegal eu mando pra Suiça...

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(Deputado apresentando sua cidade ao gringo)
- Como vê, Mister Jones, eu sou um dos poucos deputados que cuidam bem da sua cidade.
- O que é aquilo? Não é um bando de mendigos maltrapilhos com faixas dizendo: "FORA DEPUTADO!" ?
- Aquilo? Não! São atores contratados pra representar nosso passado.
- São bem convincentes...

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(Entrevista coletiva)
- Deputado, como se sente diante das inúmeras acusações que chovem contra o senhor?
- Gripado...
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Copyright By Fernando Lago Santos 2006

2 de nov. de 2008

Vinte anos

"Completei vinte anos. Ou, na linguagem de Rubens Alves, eu já não tenho vinte anos, por que esses já ficaram pra trás."

Vinte Anos! Isso mesmo. Vinte anos!
Vinte anos perdidos, vinte anos de pura autoembromação, ou auto-embromação (com essa tal de reforma ortográfica eu tenho até medo de escrever).
Recusei-me a puxar o estrato de todos os meus atos nestas duas décadas de vida. Não seria agradável verificar que estou em défcite comigo mesmo; que meus atos positivos foram inferiores aos negativos; que minhas vitórias  foram quantitativa e qualitativamente inferiores às minhas derrotas; que minhas conquistas praticamente inexistem; que eu, como pessoa emancipada praticamente inexisto.

Sempre acreditei que Deus tinha me posto no mundo com uma missão. Toda a minha vida foi erroneamente aplicada em descubrir que missão era essa. Todos os meus atos insanos refletiram sempre a minha inquietação de "o que que eu vim fazer no mundo..."

A resposta encontrei-a na fala de um colega que, não gostando de meus atos introspectivos e minha falta de ação proferiu: "Você entrou de gaiato no mundo..." E riu pondo as mãos no estômago. Em vão busquei uma ofensa maior para contra-ofendê-lo, mas conveniei que mais importante era me defender que atacá-lo (menino bom!). Pensei, repensei e não encontrei defesa na hora. Nem depois. Começo a achar que ele tem razão. Entrei de gaiato no mundo...

Toda a minha busca foi, talvez, vã. Sigo agora a buscar minha própria missão. E me deparo com um grande impasse. Já está claro pra mim que preciso mudar, preciso renovar-me prática e teoricamente, preciso deixar de ser assim como sou. E como é ser assim como sou? Sei lá! E aí está o problema: Eu nem mesmo sei quem ou como sou.

Uma amiga disse-me que me conhece bem. Se assim for, talvez conheça-me melhor que eu. Disse-lhe antes que a todos que eu ia mudar, que minha vida não dava pra continuar assim. Sua resposta me fez querer mais do que nunca mudar. Ela disse: Você é um menino bom... Essa frase me deu a decifração do meu problema: eu sou um menino bom. No mundo não há espaço para meninos bons... Falei-lhe claramente que talvez não quisesse mais ser um menino bom. Que esse tinha sido o grande problema de minha vida. E, realmente, meus caros, preciso de uma revolução drástica, quebrar todos os padrões de minha vida, de vivência e convivência, como outrora, uma certa mulher fizera com meus padrões de beleza e de mulher ideal. Essa mudança primária, causada pela presença de uma beleza diferente em minha vida, que revolucionou minhas opiniões acerca da beleza feminina já prova que eu não sou necessáriamente um ser metafísico, que sou capaz de mudar. Que falta-me? Mediação?

O grande impasse no qual me encontro foi também um questionamento de minha amiga. Disse ela: "espero que você não perca a sua essência, impedindo que outras pessoas a conheçam." Ou seja, que faço eu? Revoluciono totalmente a minha vida, como ser dialético que sou? Ou me mantenho como um menino bom, besta e tapado, aguardando que vida me dê uma oportunidade que nunca vem?

Para terminar, reflito uma frase que me veio à mente recentemente, a partir dess história de ser um menino bom e, conseguintemente diferente de todos os outros homems: É que as mulheres vivem reclamando que os homens são iguais, mas quando encontram um que é diferente não são capazes de amá-los...

Não sei por que publiquei este texto. Parece-me ridículo...

Fernando Lago 02 de Novembro de 2008

1 de nov. de 2008

RETALHOS: Poesia de meio dia (e meia)

Poesia de meio dia e meia

Meio dia e meia
                Barriga cheia
                          Da burguesia

                              E aos proletários
                   Que se esforçam
            Todos os dias
                       Pra não ter
                  A mesa vazia
             Se fantasia:
   "Graças ao patrão tu comeste hoje!"

Pesia (samba) do meio dia

Ai quem me dera um jantar
ao meio dia!
Sem ligar
Pro horário que está
A se findar

Ai quem me dera essa pessoa
ao meu lado
Sem ligar
Para os outros
Sem lembrar dum só momento
Em que vivemos separados

Neste samba 
só quero dizer
Que adoraria estar ao lado de você
Minha garota
Eu quero fazer
Você me amar o quanto eu amo você

Fernando Lago Santos - hora do almoço: 15 de Agosto de 2008