4 de jan. de 2009

Arauto

Arauto

 

Caminhava pela vida sem ter rumo

Pelos “campos verdejantes do amor”

Expressando em poemas ora amenos

Ora mal criados a bradar

Em palavras tão cobertas de horror

O horror que se tornava tão sereno

Ao lembrar que se odiava por amar

 

Percebeu que o amar não busca o ódio

O odiar não dá espaço para amor

Percebeu que reinventada era possível

Uma vida com amor que é amar

E Que o ódio assim surgido do amor

É fase passageira do gostar

Do ágape presente e previsível

Nessa vida não há vagas pro odiar

 

Caminhou pela vida em solidão

Sem um rumo que então não tinha achado

Sem companhia, a que tinha planejado

Só a frieza em seu pobre coração

Que sozinho se enxergou amargurado

Consigo e com seu triste estado

Que a todos inspirava compaixão

 

No entanto te encontrou e te pediu

Que presença te tornasse’ e companhia

E pediu que estivesses ao seu lado

Nesta guerra tão vivaz que ele enfrenta

O arauto te pediu que tua estadia

Em seu humilde coração seja pra sempre

Pois com menos ao seu cárdio não contenta

 

Caminhou ao teu lado mui feliz

Por, enfim, bela princesa encontrar

Que não obstante a sua beleza e probidade

Enxergou esse arauto decadente

Ao lado do plebeu, ora distante

Ias refazendo a estrada errante

Deste indigno cavalheiro emergente

 

E parou-se a contemplar o inexistente

Com insignificáveis olhares

Olhares Insignificantes

Olhares de amor e de saudade

E de paixão e de vontade

Vontade Incontrolável de te amar

 

Ama-te e amar-te é tão bom!

Já não pensa em amor com odiar

Já não pensa em se revolucionar

E mudar quem ele é e sempre foi

Desprezar suas qualidades e seus dons

Pra enganar-se a si mesmo e outra pessoa

Pra provar que Deus e o mundo estavam errados

 

Pensa doravante se esmerar

Nesse amor que só lhe faz viver

Creia, se quiseres, se não crer

Não te odiará por isso o nosso arauto

Que tão baixo e tão alto segue a vida

Só vivendo do amor que a ele dás

 

Fernando Lago Santos – 04 de Janeiro de 2009

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