- Por favor, o senhor pode me dizer onde estamos?
- What? - disse o sujeito
- Que bairro é esse?
- I'm sorry! I cannot understand you...
- Ah... - fiz conclusivamente, sacando que o homem com cara de gringo era gringo mesmo. E pior; não falava português. Boa bisca!
- Where we are? - Embromei no meu parco inglês - I'd like to go at Vila Caraípe.
(...)
- We're in USA - disse o cara com o mesmo ar sorridente de gringo.
- Coméqueé, rápá?
- Excuse-me? - fez o américa sem entender.
- Excuse-me?
- Excuse you what?
- Excuse-me, I cannot understand, you said we are..? - Esclareci.
- In USA. Just here! - Fez ele abrindo os braços...
- Vc tá pirado! Yo're crazy! I'm lost, I was looking for Vila Caraípe, I'm in Teixeira, Bahia...
- What the f... You are crazy! I was walking above Manhatan, crossing an avenue. I was looking for my friend, I'm also lost. But here is United States of America I'm sure!
- God Save the Queen! - falei ironicamente!
- The britanish say this, not us... Don't be ridiculous!
(...)
A discussão prometia. Nenhuma das duas partes cedia. Um homem de chapéu grande ia passando pela rua, assoviando tranquilamente. Eu e o gringo tivemos a mesma idéia: abordar o transeúnte a fim de resolver de uma vez por todas aquela peleja.
O passante chegou se assustar ao ver-nos afoitos, nos aproximando dele.
- Estamos no Brasil? - indaguei segurando o braço direito do homem.
- Are we in Usa? - disse o gringo segurando o braço esquerdo e obrigando o cara a olhar pra ele.
- No señor - disse calmamente o passante - nos otros estamos en Mexico!
Fernando Lago Santos - 2005
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Pode se jogar, mas não esqueça a sua bóia, viu?