Eu luto
Eu luto é pelo fim do luto
Que a luta não acabe mais
Eu luto e quem comigo luta
Precisa (como eu) de paz
Eu luto por justiça certa
Que o amanhã já vem aí
E trago o canto que desperta
Meu povo pra lutar por si
Eu luto pela vida plena
Por ela muito se morreu
Mas luto de uma luta amena
A causa em nada é pequena
Por ela muito se perdeu
Mas com teimosia serena
Meu povo em luta se cresceu
Eu luto pelo irmão-amigo
Com ele, pra melhor dizer
E quem quiser lutar comigo
Por mim, por outros, por você
Basta deixar o seu umbigo
No mundo há outros contigo
Se erguer o olhar além vai ver
Fernando Lago – 30 de Julho de 2009
12 de Agosto
A coisa está aí
Toda feita
Não se pode reverter?
Ando pelos trilhos do trem
Assoviando uma ária de minha autoria
Que passa todo dia na rádio Americana
Mas em Teixeira de Freitas não há trilhos de trem
Não existem árias de autoria de Fernando Lago
E se existissem
Pouco provavelmente seriam executados numa rádio Americana
E seja lá em que lugar for
Sento no banco da praça
Olho os leões estáticos ao topo daquela pilastra
Carros me olham
Óculos escuros me miram
E as mercadoras modernas me medem de cima abaixo nas portas das lojas
Suspiro biblicamente
Deus!
Que é a falta do que fazer!
Fernando Lago Santos – 12 de Agosto de 2009
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Pode se jogar, mas não esqueça a sua bóia, viu?