16 de set. de 2009

Que papo é esse?

Sobre Séries Velhas

Calma, amigos apreciadores das novidades que têm surgido na telinha no que tange a séries, minisséries e seriados. Muita calma! Não estou aqui para criticar nem mesmo para invalidar a qualidade das séries novas. Quem disse que pra falar de coisas velhas deve-se anular as coisas novas? Fosse assim ninguém valorizava os avós – se bem que tem uns que não valorizam mesmo, né...

Mas fiquem tranqüilos, meus jovens, público das series modernas que aí estão. Também eu (jovem, obviamente, e mesmo se fosse velho...) as assisto e morro de rir com algumas delas, como uma que passa pela manhã na Globo e retrata a vida de uma família de feiticeiros, uma espécie de Harry Potter em família americana. Quase nunca consigo me lembrar de seu nome, mas como sou muito chacoteiro, eu sempre chamo de Os Feiticeiros de Berverly Hills, porque a pronúncia me lembra esse nome. No entanto, há tantas outras séries novas que não valem a pena serem assistidas. E se não valem a pena ser assistidas, não vale, de igual modo, a pena ser citadas aqui – até porque se não assisto, não vou saber nada sobre elas... Enfim!

Mas este texto não é sobre séries novas. É essa minha mania danada de desviar o assunto sempre! Como pode-se observar no subtítulo, o texto é sobre séries velhas, ou pelo menos uma, não é?

O que me trouxe vontade de escrever sobre séries velhas foi a recente estréia de Arnold, no SBT (ou Minha Família é uma Bagunça, na Nickelodeon). Não conhecia a série, nunca nem tinha ouvido falar dela; passaria facilmente por mim como uma série nova, não fosse as imagens e o estilo claramente visíveis dos anos oitenta. O nome original da série é Diff'rent Strokes e foi exibida nos EUA de 1978 a 1986. Conta a História de Arnold e Willis Jackson (respectivamente, Gary Colleman e Todd Bridges), dois irmãos que viviam no Harlem (isso lhes lembra alguma coisa? Jackson, Harlem...) até sua mãe morrer e eles serem adotados pelo senhor Phillip Drummond (Conrad Bain), um rico empresário que vive numa mansão em Manhattan. Juntamente com eles vivem ainda a Srª Garret (Charlotte Rae) e a filha do senhor Drummond, Kimberly (Dana Plato).

Além de ser muito engraçada, a série traz uma discussão muito interessante. Negros, Arnold e Willis constantemente se envolvem em situações resultantes do racismo de amigos do senhor Drummond, que não imaginam como dois negros podem ser filhos de um ricaço empresário e viverem numa cobertura em Manhattan. A trama é repleta de discussões sobre a diferença entre o Harlem e Manhattan, quase sempre puxada por Willis, quando o senhor Drummond tenta lhe convencer que nem todos são preconceituosos ou racistas.

Gostei muito de um episódio, por exemplo, em que Drummond defendia arduamente a justiça americana e tentava convencer Willis de que o cidadão era julgado como merecia, com direito de defesa. Para Willis, isso só se aplicava aos cidadãos brancos, porque um negro do Harlem não tinha nem direito a um julgamento justo; era considerado culpado só por ser negro e do Harlem. Então, de repente, o peixinho dourado de Arnold aparece nadando na banheira da casa e o senhor Drummond acusa o menino. Willis vê nessa situação a chance de mostrar que muitas pessoas (da justiça, inclusive) tem o hábito de não julgar aqueles que já são considerados culpados.

Vale a pena assistir. Pena é que eu sempre perco o final, posto que tenho que ir pra faculdade. Depois vamos ver se acho ela em DVD, aí vou poder ver à vontade o pequenino Arnold falando “Que papo é esse Willis?”

Fernando Lago Santos – 16 de Setembro de 2009

2 comentários:

  1. Não conheço esta série e fiquei bastante curioso, vou procurar algo no youtube depois...Goste da crítica, aguardo outras mais.

    Abraços

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  2. eu amo essa série,mas,a Kimberley(Dana Plato)é meiga,inteligente e várias coisas nessa série,mas na vida real ela tem,ou melhor tinha uma vida dificil,ela tinha a aparencia de ser do mesmo jeito que ela era na série,pena que não era,ela era uma drogada,bebada e maluca,mas me dá uma pena que isso aconteceu,eu adoro a personagem que ela fazia!

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Pode se jogar, mas não esqueça a sua bóia, viu?