25 de jan. de 2010

Ensaio sobre coisa alguma



ADVERTÊNCIA:

Em verdade, há já algum tempo que não escrevo nada a mão. Tamanha a reinação do computador na minha vida. Hoje, tornando aos meus velhos hábitos - e principalmente porque o computador estava ocupado - resolvi rabiscar uma folha de papel de novo... Obviamente eu fiz alguns cortes, recortes e acréscimos na hora de digitar. Acompanhem a tragédia...


Há quem goste do sofrimento e o busque como se fosse a coisa mais importante na vida. Há pessoas às quais só a infelicidade é capaz de deixar feliz. Há coisas assim nessa vida. Eu, sinceramente, não sei bem o que seja sofrer. Quebrar a unha do dedão do pé, bater a cabeça na quina da porta do armário, tomar um choque na superfície metálica do aparelho de DVD, esperar na praça por uma garota que não chega, não chega, não chega... Sei lá! Tenho o ridículo dom de caçoar dos meus próprios sofrimentos. Encaro tudo com uma irritante dose de humor e, se me calo, é para planejar melhor a pior piada com que ridicularizarei o meu próprio penar. Quando estou realmente triste, prefiro calar-me. E imperam as palavras nas minhas folhas, nos meus cadernos e na área de trabalho do Word; dizendo isto ou aquilo de mim.

Já me chamaram de cara-de-pau, outros não foram assim tão piedosos. Alguns, mais “intelectuais”, dizem que “há uma aura de mistério naqueles textos” porque neles eu “falo sem falar”. Em suma, isso tudo quer dizer uma só coisa: “Seus textos são uma merda, eu não entendi p... nenhuma, mas vou elogiar porque você é meu amigo.”

Na verdade, se me perdoam a franqueza pós-cachaça-sem-alcool, eu estou pouco me lixando. Não tenho que explicar tudo a todos; essa é a graça da vida! Se Drummond fosse explicar todas as suas poesias, não teria graça nenhuma. Não que eu esteja me comparando a Drummond; seria um sacrilégio poético, um despautério literário. Mas suponhamos que eu seja um poeta; suponhamos também que eu seja um bom poeta; suponhamos ainda, já abusando da nossa imaginação, que há quem leia e aguente estas e tantas baboseiras que saem da ponta de minha caneta... Então, é só pra supor mesmo.

É que na verdade gosto de ser inexplicável. Só se é explicado o que está pronto, e eu mudo a cada minuto. Agora há pouco minha barriga tinha alguns centímetros a mais... Mas isso não importa!

Sou chato; sei disso. Mas vivemos num mundo de chatos. Reinam nesta vida as coisas chatas. E, na verdade, chatos existem aos montes para criticá-las. Cabe-nos apenas a nós, chatos pensantes (??) salvar a humanidade. Mas isso também não importa agora...

O importante é que esqueci totalmente o que queria dizer no começo do texto. Mas a vida é assim. Há quem não se lembre de muitas coisas e há determinadas coisas que o melhor mesmo é não lembrar. Eu, particularmente, repudio algumas vergonhas que passei, mas não consigo esquecê-las. Valorizo também os meus períodos de tristeza, mas sinceramente se for pra ficar lamentando a vida pelos cantos, prefiro deitar numa boa cama e dormir...

E tenho dito.

Fernando Lago Santos – 25 de Janeiro de 2010



2 comentários:

  1. rsrs Massa o post Nando!
    Eu tbm me considero uma pessoa chata... agora entao uma chata pensante.. rs mais isso n importa ...
    Dou valor a minha tristeza afinal ela faz parte, e como faz parte da minha mole vida.
    Bjinhos.

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  2. Um pouco louco realmente...rs.Já foi a algum psicólogo? rs. Gosto da sua maneira de escrever,é sincero.Oh meu DEUS! O que estou falando? Será que existe loucos sinceros?Qual é a verdade que eles acreditam?Será que é mentira olhando do lado de cá?Ou a verdade está lá? Não sendo "Maria vai com as outras" e sim Rosi vai com Simone,faço das minhas palavras a dela, pois me considero chata.
    Abraços...

    Aparece lá no blog!

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Pode se jogar, mas não esqueça a sua bóia, viu?