E eu não sei o que espero aqui parado
Há tantas coisas no mundo
Algumas no meu coração
Há tantas coisas nas proximidades
Não sei se alguma me compete...
Fico aqui sentado
Pensando que a beleza não me é cabível
Porque aparentemente não tem nada comigo
Mas mesmo assim me dizem que tem
Os leões dessa praça
Em coro gregoriano
Me dizem que o chão é aqui abençoado por seus passos
E pela matriz que se ergue logo ali à frente
E que conhecem de longe a sua voz rara
Os leões dessa praça têm ouvidos mui potentes
E falam coisas muito belas sobre você
Certos estão os leões dessa praça
Certos quando dizem que você é admirável
E lamentam juntos sua própria cimentez
Quando você passa por outro lado
Para os quais nunca podem se voltar pra contemplar o seu belo sorriso
Eu tenho ciúmes dos leões dessa praça
Que apesar da concretude de seus corpos
Apesar do barulho insistente dos carros por ali
Apesar das negociatas e negociações de varejos e varejeiras
Podem ver-te passar com freqüência
E soltar pelo ar versos melódicos que vocês não podem ouvir
Que estão em linguagem de leão de praça
Os leões dessa praça são tão piegas quanto eu...
Fernando Lago – 09 de Junho de 2010
Praça dos Leões.
ResponderExcluirGosto muito dessa praça afinal foi aki que eu passei minha infancia, por ser perto da casa de meu avô e por ser enfrente a minha paróquia.
Adooloo.
Bjinhos Nando.
Ah, a Praça dos Leões.
ResponderExcluirPasso horas nela, e quando comecei a ler o seu texto, me senti inteiramente dentro dele. Meu Deus, um dia eu quero ser que nem você, sucinta, precisa, eu te admiro muito, meu escritor.
LINDO TEXTO FERNANDO LAGO. s2
Tem lugares que falam alto ao nosso coração, né Fernando. As pessoas ingênuas ainda dizem esse banco de praça falasse...
ResponderExcluirrs rs rs
Gosto dessa sua leveza ao escrever.
Um bjo!
Mone,
ResponderExcluirtambém gosto muito dela. Trabalhei ali perto por algum tempo, faz parte da minha vida e acho que da de todo teixeirense, seja nato ou adotado.
Tay,
a praça já não é o que foi... penso eu. E olha que estou aqui há pouco menos de dez anos! Que bom que se viu neste texto, linda! Eu também te admiro muito, Tay! Não sou sucinto, às vezes sou até prolixo por demais... Mas tento controlar... De novo: te admiro muito também, Tay! Gosto do teu gosto pela escrita!
Beijos, minha escritora mais linda!
Novinha,
guardo um cantinho no coração para cantos como esses... Praças, quando preservadas, têm vida própria. Quando não, pode ser ressucitada com a força dos que a ajudaram a nascer...
Grande abraço!