17 de nov. de 2008

Música - arte inerente II (eu prometi, né)

Música é Vida!


Devo a vocês (promessa é dívida) uma continuação da memória transcrita a este humilde blog há poucos dias. É que eu contei-vos a minha imbecil história de como aprendi a violar tocão, digo, a tocar violão! Disse-vos que contaria em breve minha história com o contra-baixo.
Ao contrário de alguns grandes baixistas e de alguns não tão grandes assim, eu não escolhi o baixo. Alguns dizem: "eu via o Pixinga e resolvi tocar também!" Ou: "eu vi o Jack Bruce tocando e me apaixonei pelo instrumento' (pega até mal); ou ainda: "Mano o Flea toca demais e eu queria tocar igual a ele, por isso escolhi o baixo..." Eu não escolhi o baixo. E posso disser poeticamente, sem correr o risco de ser piegas que o baixo é que me escolheu, como acontece com um bocado de baixistas por aí.

O que aconteceu foi o seguinte. Tendo eu já aprendido a manejar o violão e a tirar um som mais ou menos dele (menos pra mais do que pra menos), alguns equivocados acharam que, por ser irmão de um baixista, eu sabia tocar baixo também. Eu tinha vergonha de dizer que não sabia nem que notas o baixo tinha. Um belo dia eu quase entrei numa fria. Tinha um baixo sobrando na igreja e o pessoal falou me apontando: bota esse menino aí pra tocar. Ele é irmão do baixista da São Francisco... Fugi. esquivei-me da maneira que pude; e o povo insistindo, porque achavam que era modéstia minha. Consegui escapar desta.

Mas foi a partir dessa situação que eu pensei: não é possível eu não saber nem uma notazinha de contrabaixo! E acabei descobrindo - por boca do próprio cabra que insistia em pensar que eu sabia tocar baixo - que as cordas do baixo nada mais eram que as quatro primeiras cordas do violão, com uma oitava abaixo. E me explicou o que era obvio: a primeira nota que se fazia no braço do violão, que era a tônica (perdoe ser tão tecnico), equivalia àquela nota no baixo... Creio que não me entenderam, porque sou péssimo em explicar essas coisas tecnicas. O importante é saber que eu descobri como se fazia uma nota no baixo, e que aprendi a identificar o seu som numa batida musical. Logo comecei a treinar tocando as músicas que eu tinha gravadas em casa (em K7, acredite se quiser), tirando de ouvido o baixo e executando nas três primeira cordas do violão. A que eu mais gostava era "Como és lindo" de Vida Reluz (Walmir Alencar): "Te olhar, te tocar e te dizer meu Deus como és lindo..." Eu achava harmonioso e ao mesmo tempo cheio de estilo.

Um dia, estando eu no grupo de oração Raio de Luz (saudades daquele tempo!) ouvi falar sobre o retiro do Musfec e dei um jeito de ir. Foi nesse retiro que a história toda começou: a minha como músico e a do Minstério Gabriel, que aconteceram concomitantemente. Foi neste inesquecível retiro de 2002 que eu conheci Isaque e Paulo André, dois meninos da comunidade São Lourenço, que até então eu nem sabia existir. Ficamos Paulo André, eu, Júnior - um grande amigo que hoje é seminarista - Bruno, Wanglis, entre outros santos no mesmo quarto. O retiro foi no centro diocesano e os quartos eram cômodos, com quatro beliches cada um, se minha memória não me engana.

Travei amizade com Paulo André, que ficava sempre junto com a minha turma por conta do quarto; e com Isaque, que também ficava junto por conta de Paulo André. É comum trocarmos convites de visitas aos nossos respectivos grupos de oração. Convidei-os ao Raio de Luz, que era o meu grupo na época; e eles me convidaram ao Mensageiro Gabriel, que é o grupo da comunidade são Lourenço, que como disse eu nunca tinha ouvido falar.

Neste retiro estava também Erivelton, que eu conhecia apenas por ser irmão de Tom, que tocava junto com meu irmão na São Francisco. Esses anacronismos são o melhor da história! Mesmo não conhecendo Erivelton direito, combinei de ir com ele ao grupo de oração "um dia desses". Quando chegou o "um dia desses" eu fui à sua casa e fomos ao tal grupo. Minha mãe, coitada, ficava com o coração na mão porque só ouvia más histórias sobre este bairro.

Numa certa segunda feira - o nosso grupo é às segundas feiras - Erivelton foi passar em minha casa para irmos ao grupo e me flagrou tocando "Como és lindo" nas cordas de cima do violão. Disse: Ah, você toca é baixo! Vamos lá! Vamos à igreja que você vai tocar baixo, profetizou.

Uma semana depois eu era chamado pra tocar baixo no grupo de oração, porque o baixista iria faltar. Fui. Foi a primeira vez que peguei em um baixo. Um desastre, pra quem entendia da coisa: dedos entrevados, batidas fora do tempo, ritmos sem noção... Desastre total! Mas como sou um ser humano teimoso, voltei na outra semana, e na outra e em todas as semanas em que Demir, o baixista oficial, faltava. Quando Demir saiu definitivamente eu me tornei oficial. Já então tocava um pouquinho melhor.





Eu com o Juninho - como Aline e Silvia (da então equipe de apoio do Min. Gabriel) apelidaram o baixo do Mensageiro Gabriel, o primeiro com que toquei na vida! - e Erivelton, grande amigo e irmão de ministério.



O processo foi longo. Digo, está sendo longo, pois ainda não acabou... Continuo aprendendo a cada dia. Sou um ser inacabado e, como já diz Erivelton, sem nem conhecer Socrates: cada vez que aprendo mais descubro que não sei de nada. Eu ainda busco crescer no contrabaixo. Minha grande dificuldade desde 2003 até hoje é não ter o instrumento em casa... E é isso que admira a alguns músicos que me conhecem. Sei pouco, mas o pouco que sei o sei sem "malhar" em casa, sem ficar horas na frente de um video tentando tirar os slaps do "troncho" da vez (o troncho da vez agora é Alain Caron). Mas eu espero crescer a cada dia mais. A vida não pára. Eu também não posso parar. Não posso e não quero. Viva a dialética!



Ministério Gabriel, formeção antiga: Jandierre, Eu, Erivelton, Patrécio e Paulo André; hoje contamos também com Poliana e Aninha no back vocal.

3 comentários:

  1. Fale professor!!!

    Sou suspeito para comentar...
    Nao conhecia algumas partes da história, vlw por compartilhar.

    Não conheço Alain Caron...

    Depois bora marcar outras aulas, ;)

    tamu junto

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  2. Olá Fernando Blz, aqui é Vinicios atual coordenador do MUSFEC, gostei do seu comentário sobre sua passagem pelo Musfec, o grupo passou por dois anos muito difíceis e está tentando se erguer novamente, precisamos muito de vc´s apareçam. As reuniões são todos os sábados na Igreja Subeterrânea às 20h. Te aguardo lá. A PAZ DE JESUS NOSSO SENHOR!!!

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  3. Deus abençoe cada vez mais o talento de vocês !! Sucesso e meu total apoio =)

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Pode se jogar, mas não esqueça a sua bóia, viu?