Advertência
Eduardo e Mônica são dois personagens da música de Renato Russo. O seguinte texto foi escrito há alguns anos e usa estes nomes e características dos personagens para compor a estória, sem interesse de plágio ou alienação de direitos autorais. Caso a composição da narrativa fira ou transcenda os limites da reprodução da propriedade intelectual de algum membro da família do artista, herdeiro do seus direitos, favor comunicar-me que retirarei a estória ou modificarei os nomes.
Grato,
O autor
(...) O olhar da moça agora era quase que exclusivamente dedicado ao playboy. O cara parecia entender mesmo de bebida. Naquele momento, qualquer um que entendesse um pouco de bebida entenderia mais que o Eduardo. Ele sabia que tinha que retomar a conversa com a garota, mas como? Tudo que o cara falava estava muito além da sua compreensão. Só Mônica entendia. Os dois dialogavam e Eduardo estava a escanteio. Ponta esquerda! Como na época em que jogava bola num timeco da quadra cem. Sempre era o ponta esquerda! Não sabia o que tinha de errado na posição para todos os mais entendidos zombarem da cara dele. Mas convenceu-se ali que tudo o que era esquerda era ruim. E agora, nesse time, nessa disputa ele era também o ponta esquerda.
Mas Eduardo não queria ficar pra trás. Como não podia falar nada acompanhava os dois nas bebidas. “Bebida de rico, pensou, não deve ser muito forte. Eu agüento.” E foi entornando junto com os dois pinguços de luxo. Nunca tinha visto uma mulher beber tanto e não embargar a voz. Ele já se sentia tonto.
Mônica ria sinceramente e olhava pro Eduardo como que pra compartilhar com ele as risadas. Mas Eduardo ria sem gosto. Estava doido para ir embora. Por dentro tinha vontade de esganar aquele metido a besta. O cara o olhava com um jeito desafiador. Mônica não percebeu aquele confronto de córneas e continuava a rir gostosamente das piadas do Playboy. Eduardo tentava, mas não conseguia ver graça alguma.
Outra bebida! E Eduardo e Mônica levantavam o copo para aceitar a sugestão. E a conversa rolava. E Eduardo amargava. Olhou no relógio: Uma e meia! A mãe devia estar para botar um ovo de preocupação. Já podia se considerar sem vídeo game por um mês.
- Outra rodada! – gritou o Rapaz. Eduardo não agüentaria mais uma.
- Pra mim não! – Disse ao garçom, mas ele já enchera a taça até a boca. Eduardo empurrou o copo para frente. – Já chega por hoje...
- Não agüentou o tranco? – Perguntou o playboy sarcasticamente.
- Eu sei me controlar!
- Você é um fraco! – disse pegando o copo do visinho de cadeira – Me dá isso pra cá!
- Tome o meu também! – disse Mônica – Também não agüento mais.
O cara ficou meio sem graça. Eduardo deu um risinho por dentro, mas a testa franziu ao olhar o relógio! Como meia hora passa rápido! Eram duas da manhã e ele tinha de ir embora ou seria linchado em casa. Provavelmente a mãe estaria até agora acordada esperando por ele, como é mania de mães.
- Acho que já vou...
- Está cedo! Fica um pouco mais...
- Eu realmente preciso ir... O maluco aí te faz companhia – disse apontando o playboy, mas ao olharem pro banco do bar improvisado perceberam que o cara caíra com o nariz no balcão. Se olharam e não puderam conter o riso. Era talvez a primeira vez que riam juntos de verdade, entendendo o motivo da risada.
- Botando banca de bebedor...
- Tá chapado!
Eduardo achou a maior graça de vê-la falando assim. E achou viável ser sincero:
- Na verdade eu também estou meio tonto... O melhor é eu ir pra casa
- Vou com você até o portão – disse Mônica tomando o seu braço.
Ao chegarem ao portão custou ao rapaz despedir-se. Achou que devia falar alguma coisa. Pensou bem, bem, não queria perder contado com aquela bela moça... Mas antes que ele falasse algo ela perguntou:
- E aí, a gente se vê por aí?
Era justamente o que ele queria perguntar, mas não sabia como.
- Pode ser... Posso te ligar?
Fernando Lago - 2006
Pô Nando, sacanagem hein?
ResponderExcluirAdoro essa música e me encantei com teu texto, eu estes dias pensei que a Mônica se interessou pelo Eduardo pq não seguia ele no twitter [que não existia naquela época, rs] e não via que ele gostava de novela e de jogo de botão com o avô.
"E os dois comemoraram juntos e tbém brigaram juntos muitas vezes depois"
Será que ainda vamos ter uma história como essa? Tomara!!!!!!
Beijos Nando!
Nossa!
ResponderExcluirSaudade dessa música!
É uma bela história.
Beijos!
Obrigado, gatas! =)
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