O Leão descansava nos seus aposentos real-florestais quando foi despertado por um insuportável barulho na porta de seu palácio. Saiu para ver o que era e deparou-se com um tumultuado protesto de rãs que bradavam, em coro, vários coaxares de ordem contra o regime.
- Mas que estapafurdiagem é essa? Ninguém mais respeita a ordem nessa mata?
- Isto é um protesto! Estamos reivindicando melhores condições para a população anura do Lago Norte.
- E eu, que tenho a ver com isso? Não sou anfíbio, nem peixe, e nem moro no Lago Norte. Virem-se vocês!
- Pois não é o senhor o rei da floresta?
- Se sou! Eu que mando aqui!
- Pois que trate de cuidar das minorias, antes que entremos com um processo de impeachment contra o senhor!
- Vocês estão sonhando! Nem temos Supremo Tribunal por aqui!
- Pois então faremos uma greve!
- Que façam! – Bradou o Leão em bocejo, mostrando as enormes mandíbulas. – Agora chispem!
Depois de meses de greve, verificando que não surtiu o efeito revolucionário a que pretendiam, as rãs convocaram uma Assembléia Popular com diversos outros animais, angariando o apoio de alguns repteis, das zebras, dos veados e das hienas, que achavam a maior graça naquilo tudo. Ainda assim, o Leão não cedeu.
Não havendo outra saída, o comitê revolucionário convocou nova assembléia, onde foi deliberado que iam ocupar as portas do palácio até o Leão atendê-los. Vendo sua porta apinhada de bichos diversos, o Leão aceitou receber um representante dos grevistas em seu gabinete.
Os grevistas resolveram então contratar a elefanta, exímia negociadora da região. Uma lady, que com certeza teria argumentos superiores para convencer o Leão. A Elefanta (que também era conhecida como elefoa, embora sempre corrigisse, mostrando dicionários e gramáticas clássicas) adentrou a sala do rei, que a recebeu com uma imensa tromba. Não intimidada, foi logo esclarecendo:
- Olha aqui, eu sou uma profissional! É bem melhor o senhor parar pra pensar...
- Que parte da palavra Rei, essa bicharalha[1] não entendeu? EU mando aqui!
- O senhor precisa ser sensato...
- E a senhora precisa de um spa! Por que não dá uma corridinha na mata pra diminuir essa barriga, hein!
- Como é que é?
- Obesidade, dona Elefanta. Isso faz mal à saúde.
A elefanta, irritadíssima, puxou o Leão pela juba, deu-lhe umas patadas no meio das fuças e atirou-o pela janela dizendo:
- O senhor acaba de ser destronado.
MORAL: Nem um estadista tem o direito de chamar uma mulher de gorda.
kkkkkkkkkkkkk, adorei!
ResponderExcluirhahhahaha
ResponderExcluirDeliciosa fábula... Posso chamar assim?
E imperdoável, até mesmo para um rei!
beijocas-divertidas
Haha, curti a fábula cara.
ResponderExcluirAh me lembrei de um fato que ocorrerá dia 13 e possivelmente mais adiante...
Tomará que vá uma mulher lá pra Salvador
HAHAAHHAHAHHA Amei de paixão, Nando!!!
ResponderExcluirChamou de gorda, é o fim, a cobra fuma, kkkkkkkkkk
parabéns!
ahahahaha
ResponderExcluiro pior...
Talvez se o Leão a chamasse de "magricela", as consequências fossem ainda piores.
ResponderExcluirVai entender as mulheres...
Abraço, @AnonimoFamoso. :)
Hahaha gostei de como se transformou num pequeno "conto"! Muito bom!
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