20 de nov. de 2011

Costura






Eu queria que a mão do amor
Um dia trançasse
Os fios do nosso destino
(Roque Ferreira)


A poesia é
Para nós como uma linha
Coseu minha alma à sua
Como quem costura um vestido
Pra moça donzela bailar

E vai a agulha furando
Os pontos do nosso destino
Tão lentas e tão pacientes
Agulha e linha trabalham
Numa lentidão suportável
Bordando as primeiras letras
Do meu nome e do seu

Poesia de dor da agulha
Trespassando a nossa pele
Poesia de alívio da linha
Unindo minha alma e a sua
Fazendo-nos uma só peça
De tecido colorido

Amanhã tem baile dançante
E desfilaremos, um só
No corpo da bailarina

Novembro de 2011

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