(Um defensor das idéias de Freire entra e começa a falar aos circunstantes:
- Companheiros,
Paulo Freire em sua obra vem nos pregar o quão é importante que leiamos o mundo, e que a leitura não é apenas codificação de palavras. A leitura do mundo precede a leitura da palavra!
Ora, meus amigos! A educação é um ato político. Não há educação neutra, como dizem os aloprados que só querem ver os interesses do capital reproduzidos através da escola. A educação, nos diz Freire, nunca foi nem será neutra. Para os interesses dominantes o neutro é a reprodução dos interesses capitalistas, sem que se permita uma visão da historicidade do real. Isso lá é neutro, meus caros amigos? Esse progressismo às metades da educação formal do capital, exigido de quando em vez pela conjuntura, e que é na verdade uma ressalva apenas ao progresso tecnológico, sempre ressaltando que é importante para economia e coisa e tal... Daí eles dizem que os progressos, a imprensa, a cultura, etc Devem se dar de maneira neutra, quando na verdade estão simplesmente reproduzindo os interesses do capitalismo
Ensinar não é transferir conhecimento; é criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Não há docência sem discencia, a discência do próprio professor o leva à docência, mas ensinar exige rigoroso metódo, não deixando escapar nenhum detalhe em seus discentes, e deve despertar no educando a curiosidade e capacidade crítica, ensinar exige pesquisa, não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Ensinar exige respeito aos educandos, exige criticidade, deixar de ser ingênuo e passar a ser crítico, mas no sentido de ser curioso, seja em forma de pergunta ou não isto gera o fenômeno da aprendizagem, tudo isto acompanhado da ética e da estética porque ética e beleza andam sempre de mão dadas, ensinar exige dar vida às palavras pelo exemplo, o professor que não consegue traduzir aquilo que diz em exemplos práticos, de nada serve o que ele fala, saber quer dizer segurança no que diz. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural, exige consciência de que nunca esta acabado e sim que tudo recomeça, exige o reconhecimento de ser condicionado, exige respeito à autonomia, exige bom senso, exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores, exige entender a realidade e não ficar alheio a ela, exige a convicção de que a mudança é possível, exige segurança, competência profissional e generosidade, exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo, exige liberdade e autoridade, exige tomada consciente de decisões, e saber escutar que é muito importante e ser aberto ao diálogo, exige reconhecer que a educação é ideológica, exige querer bem aos educandos, e por fim exige alegria e esperança, nos homens que fazem as leis deste pais e na instituição família que apesar de tudo continua sendo um porto seguro para aqueles que não entendem e não aceitam as violências praticadas por quem tem o poder o conseqüentemente a força.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir