Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...
(Álvaro de Campos)
Derramo no papel parte de mim
Que oculta o sorriso dos meus lábios
Por muito cri que assim fazem os sábios:
Mostrar-se em fragmentos, o seu fim
O que lhes mostro é pouco interessante
Não menos do que aquilo que escondo
Um ser jamais completo ou redondo
Buscando-se em ânsia alarmante
Perceba a discrição com que descrevo
Por medo de dizer minhas verdades
Que nem de mim pra mim eu me atrevo
Por medo da minha sinceridade
Encerro o soneto que escrevo
Discreto e descrito à metade.
Dezembro de 2011
Tentando achar palavras para dizer o que senti ao ler esse soneto, mas difícil...ainda estou digerindo-o...e, acho que poesia é isso mesmo sabe, a gente sente e fica remoendo depois. Para você pode ser que seja diferente, mas, que seja...em cada um ela causa uma reação.
ResponderExcluirBelo filho Fernando Lago!
Ps: Eu costumo chamar os textos da Jéssica Milena de filhos, por que dizemos que nossa imaginção é mais que fértil, é gravida...por isso o "Belo filho"!
Abraço!
é difícil achar hoje em dia quem saiba equilibrar num soneto a criatividade e a boa métrica.
ResponderExcluirvc está entre os poucos, Nando
beijos